A cada ano aumenta o número de praticantes de corrida de rua no país, um esporte de fácil acesso e que traz inúmeros benefícios para a saúde. De acordo com a Federação Paulista de Atletismo, só no ano passado foram realizadas 424 provas com 906 mil inscritos, sendo que em 10 anos, os números deste segmento quase que dobraram. Em 2006, foram 182 eventos no estado e cerca de 250 mil participantes. Com tantos praticantes no esporte, a incidência de lesões também cresce e um dos problemas que mais afeta os corredores é a canelite, que acomete um dos ossos da perna, a tíbia.
A canelite, que é a síndrome do estresse tibial medial, ocorre quando o estresse aplicado na região é maior do que a capacidade do corpo de se recuperar dele, causando dor na parte da frente da perna e acontece quando a musculatura e as estruturas ao redor da tíbia não conseguem suportar o excesso de carga. A dor acontece principalmente no início e ao final dos treinos e o acúmulo de sobrecarga na região pode levar a dores mais intensas, mesmo em repouso. Ao longo do tempo, o caso pode se agravar, gerando uma fratura por estresse da tíbia.
“Em busca de começar uma atividade física, muitas pessoas recorrem à corrida pelas facilidades de praticar a atividade. Mas como em qualquer outro esporte, o despreparo e a prática de forma inadequada traz risco para a saúde do praticante. Na corrida não é diferente, a canelite tem sua incidência variando de 13% a 20%, sendo uma das lesões mais relatadas entre os corredores”, disse Evany Salvador, fisioterapeuta da LifeSquare.
As principais causas da canelite estão relacionadas com a mecânica da corrida: quando o corredor tem uma alteração da mobilidade do tornozelo, causando o desalinhamento e sobrecarregando as estruturas da região da perna, o aumento repentino da carga de treino, e também com a prática da corrida em terrenos muito rígidos, como o asfalto, que pode ser mais prejudicial do que em locais mais macios, como a grama.
“O melhor tratamento é a prevenção! Antes de começar a correr ou aumentar o volume dos treinos, fazer uma avaliação e o acompanhamento com profissionais qualificados é essencial. E para os que já sentem essa dor, a dica é não deixar que os sintomas se agravem para procurar um profissional. A identificação dos fatores de risco e o tratamento realizado de forma precoce pode evitar o afastamento dos treinos”, completou Evany.
Renata Mendes Dias
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